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Espírito Santo incentiva plantio de árvores em meio à seca

Secretário de Agricultura disse que irrigação entrou em colapso. Otaciano Neto ressaltou a importância de preservar as nascentes.

Espírito Santo incentiva plantio de árvores em meio à seca
Por: G1
postado em 29 de setembro de 2016

Com a irrigação em colapso e sem água pra molhar a plantação, a solução apontada por especialistas é plantar árvore para preservar as nascentes.

O secretário estadual de Agricultura, Otaciano Neto, falou sobre o programa 'Reflorestar', que incentiva o plantio de árvores nas áreas rurais, e explicou que a recuperação ambiental em áreas de nascente e em leito de rio está previsto no Código Florestal.

“O Código tem um passivo grande e é importante estar acontecendo o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e depois o programa de Regularização Ambiental. Boa parte das questões estão na base o reflorestamento, então é fundamental ter política pública com ações dos produtores rurais combinadas para poder recuperar a área degradada nas propriedades”, disse.

Para o secretário, o primeiro passo é fazer a recuperação florestal nas áreas degradadas, nos leitos dos rios e proteger as nascentes nas propriedades rurais. “Isso é importante, mesmo que a atividade do produtor rural não seja a atividade florestal”, declarou.

Desempenhada nas propriedades como atividades secundárias, a cobertura florestal impacta diretamente nas atividades principais desenvolvidas por agricultores. “É possível plantar árvore e ganhar dinheiro acima da média de taxa de retorno dos investimentos feitos no Brasil”, explicou Neto.

Para ajudar os produtores na recuperação de nascentes e áreas verdes, o governo do estado tem o programa 'Reflorestar', que consiste no pagamento de serviços ambientais. “O produtor rural recebe para poder plantar árvore e com esse valor, ele consegue recuperar a área da produção rural”, falou o secretário.

Para aumentar a velocidade do atendimento e a abrangência do programa, nesta semana, foi encaminhado para a Assembleia Legislativa o pedido de transferência da parte operacional do projeto, de liberar o dinheiro, para o Bandes. Segundo o secretário, “isso vai agilizar muito a liberação do recurso para o produtor rural”.

Por ano, o programa pretende atingir de 1,5 mil a 2 mil propriedades rurais. Ao todo, o estado possui 100 mil áreas rurais. “Um número significativo considerando que é dinheiro dos impostos do capixabas”, declarou Neto.

Atualmente, o programa conta com 3 mil produtores aderidos. “O governo não vai dar conta de fazer tudo. Mas vai dar conta de fazer uma pequena parte. Em um período de governo de quatro anos, se a gente conseguir investir 5, 6% do dinheiro público, já é um avanço importante”, falou o secretário.

Neto também ressaltou a importância de rediscutir a política do Incaper para extensão rural, que vai lançar o programa de propriedades sustentáveis.

“É levar informação através da nossa rede de extensionistas para o interior do Espírito Santo, de como a gente recuperar a propriedade para além do que temos como atividade principal”, destacou.

O custo de recuperação vai depender da variedade e do uso. “O produtor reflorestal vai ter um custo de R$ 500 a R$ 1500 por hectare por ano, durante um determinado período”, explicou o sceretário.

Com o plantio comercial, Octaviano Neto disse que uma das opções de plantio comercial é de silvicultura e de madeira, que ao mesmo tempo que tem aumentado a procura está diminuindo a oferta.

Sobre o trabalho do governo do estado em criação de Ilhas Verdes na área urbana, o secretário afirmou ser papel das prefeituras.

“Quando a gente vai discutir os Planos Diretores Municipais (PDM), a gente só discute o aspecto urbanístico e esquece de colocar a cobertura florestal das cidades. As cidades, considerando a malha, são 1, 2% do território, mas são grandes demandantes e é importante proteger as nascentes urbanas até para melhorar o microclima”, afirmou Neto.